23 de jul. de 2012

Vinho, lareira e kisses on the bottom

Por Francielle Caetano

Com claras referências ao jazz de Frank Sinatra e até um pouco de bossa nova, o último disco de Paul McCartney, Kisses on the Bottom, mostra um pouco do que o eterno Beatle escutava em sua infância trazendo canções que rememoram a década de 30 e 40.

Foto: Divulgação
Paul, que nos discos anteriores apresentava uma carreira praticamente solo ao fazer todos os arranjos de suas músicas e tocar vários instrumentos, deixa em seu novo disco as melodias das canções por conta da pianista Diana Krall e sua banda e mostra “apenas” a sua voz, que com setenta anos deixa a maior parte da geração do autotune no chinelo. Sir Paul mostra nas suas interpretações uma aura intimista e outonal que talvez não conquiste a todos, mas que certamente cumpre o seu papel de prestar uma homenagem aos que influenciaram o Sir e, porque não, contribuíram para ele ser o grande – se não o maior – músico do qual ainda podemos assistir a uma apresentação ao vivo (e estas normalmente são grandiosas como ele).


O grande destaque do disco vem para uma das duas canções do trabalho que foram escritas por Paul, My Valentine. Feita para a esposa Nancy Shevell e que mostra aquele lado todo amor do músico que sempre faz cair uma lagriminha e fazer sentimental até os corações mais duros. Sem esquecer de citar que o violão que acompanha a voz de Macca é de ninguém menos que Eric Clapton. Dois gênios em uma só canção.

Além de My Valentine, Paul ainda traz outra faixa inédita, Only our Hearts, essa em parceria com Stevie Wonder em um solo de gaita e que nos leva para um filme daqueles românticos em preto e branco. As outras 12 faixas trazem interpretações de alguns compositores de canções da era de ouro do cinema hollywoodiano e outros não muito conhecidos.

Ou seja, Kisses on the Bottom é perfeito para se escutar naquele final de tarde depois do trabalho atirado na poltrona com uma boa taça de vinho – como o próprio Paul afirmou – ou girando pela sala com alguém (nesse caso até a vassoura poderá ser um bom par).

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